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domingo, outubro 07, 2007

Um simples fato ou uma conquista revolucionária?

Neste ano, a grande imprensa divulgou abundantemente uma notícia que deixou o “homem da rua” sem entender o porquê de tanta agitação em torno dela. Quase diríamos uma comemoração.

Vamos ao fato

Na quinta-feira do dia 15 de março, a Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia compareceu à sessão plenária de julgamentos trajando... calça comprida.

Há sete anos o STF liberou o uso de calça para mulheres, mas nenhuma das duas Ministras do Supremo ousou quebrar a tradição secular.

A presidente do STF, Ellen Gracie Northflee (foto abaixo), embora elogiando a atitude da outra Ministra:
pouco antes de assumir o cargo no STF, em 2000, avisou que seguiria a tradição, em respeito ao "código" segundo o qual a elegância feminina estaria relacionada ao uso de saia ou vestido. "Ainda me apego a códigos démodés" (Cfr. FOLHA ONLINE 16/03/2007)
Vamos à análise do fato

Isso pode parecer algo comum para o “homem da rua”... não para a imprensa, nem para quem tem uma visão "RCR" do fato.

Para entendermos, devemos pegar o aspecto metafísico do acontecimento e então veremos se este é um fato que se caracteriza como revolucionário ou, do contrário, como contra-revolucionário.

Metafísico, dizemos, no sentido etimológico da palavra: meta = além de; físico = matéria; Ou seja, significa algo além do mundo material.

Há o fato físico que é a Ministra usar calça na sessão, mas também há algo além disso. E é por esse algo que a imprensa o noticiou com um destaque especial.

No capítulo VII, Parte I, do livro Revolução e Contra-Revolução, o Professor Plinio Corrêa de Oliveira, descrevendo sobre a essência da Revolução, dá como valores metafísicos dela a igualdade absoluta e a liberdade completa. E duas são as paixões que mais a servem: o orgulho e a sensualidade. A pessoa orgulhosa odeia toda e qualquer desigualdade e, por isso, tende para o igualitarismo absoluto. Ao observar como se traduz nos fatos essa sede pelo igualitarismo, diz ele:
“Igualdade nos aspectos exteriores da existência: a variedade redunda facilmente em desigualdade de nível. Por isso, diminuição quanto possível da variedade nos trajes, (...) nos hábitos etc.”
“Igualdade de almas: (...) Até as diferenças de psicologia e atitude entre sexos tendem a minguar o mais possível.”
Ou seja, a Revolução odeia toda e qualquer desigualdade, inclusive a existente entre os sexos. Daí a tentativa revolucionária de tentar minguar o máximo possível essa diferença, fazendo com que nos aspectos exteriores – nos trajes, no comportamento, etc. – ela quase não apareça. A calça é uma forma de masculinização da mulher.

Outro caráter da Revolução é sua nota liberal no sentido anárquico. Odeia ela toda e qualquer lei; tudo que representar qualquer forma de freio... eis onde ela deita seu ódio metafísico.

Daí podemos entender melhor porque tanta alegria revolucionária ao ver a quebra de um tabu, de algo que representava ao mesmo tempo tradição e desigualdade justa e harmônica.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa a análise. Quero analisar a questão da modéstia no vestuário a partir da metafísica. As mudanças violentas que se deram no século XX no mundo da moda são algo muito sério. Certos limites foram ultrapassados.

A Paz!